Aprendi, em casa e na vida, que a
justiça é um bem e um objetivo essencial e que, mesmo diante de uma injustiça
que nos seja favorável, devemos combater essa última. E também que justiça
social deve ser um imperativo ético.
Aprendi
que não basta que eu seja igual a um pequeno grupo se nem todos tiverem as
mesmas oportunidades. E que para que isso seja alcançado, todos precisam estar
imbuídos de um espírito coletivo. E que assim poderemos, efetivamente, avaliar
os méritos de cada um.
Aprendi
que o ódio é horrível, mas que o ódio injustificado e/ou fabricado é hediondo.
Que a fraternidade e a solidariedade devem ser fundamentos e não motivos de se
execrar aos que a praticam e aos que a recebem.
Aprendi,
mesmo não tendo (e nem querendo) uma formação religiosa, que aqueles que muito
pregam são os que menos praticam os valores, ou que praticam apenas conforme a
sua conveniência. Imaginava, incauto, que as religiões defendessem o que hoje
vejo os líderes religiosos atacando.
Aprendi
que um mundo melhor não se faz com discursos, sobretudo com discursos falsos
que prometem paraísos na terra, mesmo sabendo-os inatingíveis. Que exploram a
ingenuidade e a má informação com interesses absurdamente escusos.
Aprendi
que, infelizmente, às vezes pensamos estar cercados de boas pessoas, mas que se
revelam crápulas e que a nós, só nos cabe, nos afastarmos e, quando o fato for
criminoso, insistirmos na investigação e na punição.
Aprendi
que acusar sem provas pode ser o mais grave crime contra a honra de alguém, mas
que a difusão de acusações sem provas, como se já fossem auto-prováveis, pode
ser muito pior.
Aprendi
que o estímulo ao não pensar é perigoso, pois já se pegam discursos montados
conforme conveniências que, na maioria das vezes, não são as de quem ouviu e
que mesmo assim o propagou. É vantajoso para aqueles que querem disseminar
ilusões, mentiras, ódios...
Aprendi
que a cultura de que, para o que não vimos e não conhecemos, não nos importa
sua dignidade e que, para muitos, não interessa se vai ou não haver retrocesso
nesse ponto, desde que os atingidos estejam longe.
Aprendi
que a hipocrisia é um caminho que conduz muitos aonde querem chegar,mas que,
decididamente, não será a minha escolha.
Aprendi
que para que o mundo melhore não depende só de mim, mas que se eu não for meu
ponto de partida, em muito pouco poderei contribuir. E que o privado depende do
público e não devem se anular, ao contrário, devem se complementar.
Aprendi
que sobre aqueles que até hoje não entenderam ou não aceitaram nem a Lei Áurea,
o que dirá sobre programas sociais e distribuição de renda. E que a mesquinhez
e o egoísmo são abjetos.
Aprendi
que não há ‘salvadores da pátria’ e que o Brasil, infelizmente, nunca será a
Suécia, embora estejam te querendo que você acredite. Mas que, para que se
melhore, é preciso começar pelos que mais precisam.
Aprendi
que uma eleição não é um Fla-Flu e que lendo, sobretudo buscando fontes menos
contaminadas, aprendo muito mais e consigo entender melhor todo o quadro que se
apresenta.
Aprendi
que o Brasil não é só meu, nem só da minha família ou do meu grupinho, nem que
o governante deve zelar apenas pelo meu patrimônio ou pelo meu emprego ou pela
minha exclusiva prosperidade.
Pra
quem ainda não aprendeu essas coisas, informo que ainda há tempo. E que para
aqueles que não querem aprender mais nada, ou que pensam exatamente o
contrário, só me cabe lamentar. Estamos em um momento crucial de escolha em que
tudo isso está em jogo. Pense bem e descubra quais são os seus reais valores. Use
isso na hora de votar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário