Pode se falar mal de praticamente
tudo, até de mãe, mas se falar mal de religião... Pode se acusar uma pessoa que
acredita em ETs do que quiser, mas se questionar a crença em Deus... Pode se
falar que futebol ou qualquer outro esporte é uma bobagem, é forma de
manipulação etc, mas se disser isso da religião... Pode se acreditar que Deus
criou o homem, mas ai de quem disser que foi o homem quem criou Deus... Por que
isso? De onde vem essa “imunidade” imaginária? Aposto que serei mal interpretado,
mas, além de já estar acostumado, isso só servirá para reafirmar meus
argumentos.
Religiões
e religiosos defendem-se sempre com a acusação de um suposto “desrespeito”.
Ora, nessa ótica, insultar a razão também poderia ser considerado desrespeito.
Aliás, desrespeito pra mim não é expor opinião e sim enganar incautos, oprimir,
ameaçar, desviar dinheiro alheio, matar o “inimigo” de outra religião, abusar
sexualmente de crianças e adolescentes. Mas isso, felizmente não acontece com
religiosos, sobretudo com seus líderes. Até por que, seus “pecados” são
expiados por eles mesmos. É a auto-indulgência. A pergunta que faço é: por que
a religião pode se colocar acima de críticas?
Tudo
bem que a ciência ainda não nos deu algumas respostas que a religião já “apresenta”
e, de certa forma, nos seduz com elas. Promete-se um conforto, uma melhoria para
um momento em que não poderá mais ser cobrada, qual seja, para depois da morte.
A ciência não faz isso e acaba perdendo a “briga”. Só se manifesta se consegue provar.
Vejo algumas irresponsabilidades em muitas religiões, no entanto, como afirmar
a existência de Adão e Eva sem dizer que isso é apenas uma metáfora ou
“eternidades”, para citar só dois exemplos.
A
maioria do povo, entretanto, quer é uma vida melhor, nem que seja pra se acreditar
que ela só virá com o passamento. Ponto pras religiões. Também temos a
esperança de rever entes queridos que já tenham morrido, o que é compreensível.
Mas para isso, só com muita religião. A ciência não chega a tanto. O “risco” da
religiões é bem maior que o da ciência.
Deixo
claro, de antemão, que não sou contra quem tem e professa religião. Para muitos
faz bem e é importante, realmente. Sobretudo para aqueles que, de fato, cumprem
o que pregam. Contudo, não posso admitir a intolerância contra quem não tem religião
ou não crê. Não posso também admitir que em um Estado laico como o nosso, se
leve em conta opiniões de cunho religioso, de “autoridades” sacerdotais, para
determinar o futuro do país, mormente em termos legislativos.
A
liberdade de crença, direito fundamental em nosso ordenamento, admite, numa
interpretação evidente, a ‘não-crença’. Somos livres para crermos em algo
metafísico, mas também somos livres para sermos materialistas extremos e não
acreditar em nada do além-mundo. No entanto, existe uma ditadura e uma
intolerância que fazem com que aqueles que não crêem ou que tenham crenças
próprias sejam marginalizados. Ou mesmo aqueles que não se submetem às
religiões dominantes e hegemônicas, como os adeptos das religiões africanas,
por exemplo. Também são estigmatizados e sua religião considerada às vezes até mesmo
satânica, num indisfarçável contrassenso.
A
negação de fatos concretos e históricos, logo por quem acredita no imaterial, é
também facilmente espancável. Ou será que alguém duvida que a Inquisição
atrasou o desenvolvimento científico da humanidade em séculos? Ou que as
religiões de nossos dias são usadas como ferramenta de manobra e alienação de
incautos e de opressão, sobretudo de pobres? Ou ainda o sem-número de
contradições que apresentam, como, por exemplo, que religiões apoiem a pena de
morte e condenem o aborto. Posso falar o que quiser dos ‘mensaleiros’, mas
tenho de reverenciar e respeitar figuras como o Papa, Edir Macedo, Silas
Malafaia, Valdomiro etc. Me desculpem, mas eu não.
Quanto
mais vejo manifestações de alguns religiosos, mais me torno antirreligioso. E
tenho, sem sombra de dúvida, esse direito. Notem que pretendo deixar bem claro
que, ao contrário do que se tenta e se tentará deduzir, tenho minha própria fé,
em Deus inclusive, mas não deixo que ela seja contaminada por nenhuma religião.
Não preciso de intermediários. Para mim, Deus está dentro dos homens, não é
punitivo e amedrontador como afirmam e, infelizmente, nem tão justo. Ademais, também
não admito que se misture minha fé com poder e dinheiro, como é a praxe
daquelas.
Fora
a incoerência, uma vez que o que mais vejo é muita gente falando, postando nas
redes sociais, enchendo o saco, muitas vezes, mas praticando mesmo o que se diz
vejo muito pouco. Falar é sempre mais fácil né? Se eu começar a encher minha
página de mensagens do Flamengo, serei chamado de fanático. Se postar
incansavelmente sobre piadas serei chamado de chato ou metido a engraçadinho.
Mas se postar coisas sobre religião, aí “pega bem”, não é cansativo nem chato.
Mas se eu criticar ou achar chato, ou carente de racionalidade, eu serei o
intolerante. Ah, não.
Certamente,
alguém vai quebrar a cara quando chegar lá em cima, ou onde quer que seja que
se chegue após a morte. E tenho uma forte tendência a acreditar que serão os
religiosos, até por que, se formos levar em conta o número de religiões
existente aliado ao que cada uma delas prega, não creio que haja espaço para
tanto. Ou será que haverá setenta virgens para cada muçulmano, além dos rios de
mel, por exemplo? Acho pouco provável. De uma coisa tenho certeza: quando
morremos vamos pro cemitério. Ou, no máximo, pro forno crematório. O que vem
depois só vou saber se e quando chegar lá.
HOMO SAPIENS
“Deus, para a felicidade do
homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com
religião e amor com casamento.” Machado de Assis.
se isso estivese no face, vc teria meu Like - Luiz Gustavo (6 b)
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