Então
o senhor Reinaldo Azevedo, personificação do Perfeito Idiota de Direita, muito
bem descrito por Marcos Coimbra do Instituto Vox Populi em texto recente, acusa
violentamente o ministro Luis Roberto Barroso, dentre outras coisas, de ter uma
conduta vexatória por ter patrocinado, como advogado, o aborto de anencéfalos e
a união entre pessoas do mesmo sexo? E ainda de estar errado ao afirmar que não
julga pra multidões, mas, segundo o idiota, ao transcrever trecho de um livro do
maior constitucionalista do país, o pós positivismo, corrente doutrinária à
qual se alinha o ministro, aduz que há na sociedade normas que, mesmo não
escritas, devem ser seguidas?
Ora,
senhor Reinaldo, julga o senhor ser o porta voz das multidões, portanto? Ou
ainda que a “induvidosa” revista para a qual trabalha seja um bastião da ética
e da vontade popular? O aborto de anencéfalos e a união de pessoas do mesmo
sexo seriam mesmo causas vexatórias? Ou seriam causas verdadeiramente dignas,
já que o pós positivismo defende visceralmente a dignidade da pessoa humana?
Cabe
lembrar, no tocante à “vontade das multidões” a célebre frase de Winston
Churchill que asseverou: “não existe opinião pública, existe opinião
publicada.” E, lamentavelmente, em nosso país, a opinião publicada vem
estampada nas páginas de O Globo, de Veja e na Rede Globo de televisão,
escancaradamente e historicamente de direita e sem a menor preocupação social,
criando e fomentando alienados e alienações. A parcialidade do senhor Azevedo, que
escreve para uma semanal que faço questão de não ler, felizmente não contaminou
o ministro Barroso.
Luis
Roberto Barroso se valeu de sua coerência e da independência do julgador para
julgar, se valendo a todo tempo de argumentação e fundamentação jurídica,
inclusive com precedentes do próprio Supremo. Não me venham com a ridícula
insinuação de que fora “cartlhado” ao aceitar a indicação para a função de
ministro do STF. Caso assim fosse, Carmem Lúcia, Luiz Fux (assumidamente
executor de um ‘beija-mão’ para galgar à suprema corte, com apadrinhamento de
José Dirceu, inclusive) e o próprio ministro presidenciável/Batman/salvador da
pátria Joaquim Barbosa, todos indicados por Lula, também deveriam ter votado
seguindo a ilusória cartilha.
Não
é meu objetivo entrar no mérito do julgamento, até por que, abomino
visceralmente a corrupção. No entanto, temos de saber nos proteger de figuras
insidiosas como a do senhor Reinaldo Azevedo que, cristalinamente, escreve com
uma parcialidade que não deveria vicejar em nossa imprensa, que, embora livre,
tem de seguir um mínimo parâmetro ético. O resultado do julgamento não agradou
a Azevedos, Marinhos, Mainardis, Civitas e seus sequazes e admiradores, pois
esperavam uma condenação “exemplar” aos petistas, figuras sempre vistas por eles
como despresíveis e que nunca deveriam ter alcançado qualquer poder. Em suma,
lugar de petista é na cadeia e de tucano é escrevendo besteira. Ademais, quem é
mesmo Reinaldo Azevedo?
Desculpa, mas o que faz - ou quem deu - para o Min. Barroso o título de "maior constitucionalista do país"?
ResponderExcluir- Também não entendi o porquê do Reinaldo Azevedo ser um idiota? Quer dizer que se você não tem ideais de esquerda, é idiota?
- Reinaldo Azevedo não questionou a causa que o hoje ministro escolheu patrocinar, mas o seu texto é claro quando ela questiona que as teses que levantou no patrocínio da questão "eram sempre contra o disposto em textos legais" e, que o ministro se refere em seu livro, que o pós-positivismo supera o legalismo "pelo reconhecimento de valores compartilhados por toda a comunidade", mas daí, em sentido contrário, afirmou ontem que julga "sem se preocupar com a opinião pública" e daí, observa muito bem o nada idiota Reinaldo Azevedo, que tudo indica que o valores que pautam o hoje ministro não são “os valores compartilhados por toda a comunidade”, como escreve, mas aqueles "compartilhados por 'grupos de pressão', que se pretendem a vanguarda do progressismo." - aliás, como vocês de esquerda que pensam serem os únicos com cérebro pensante (a exemplo de todas as outras minorias barulhentas).
- E o jornalista finaliza muito bem quando, analisando o discurso falacioso do Ministro, que para ele "esses grupos de pressão seriam, sei lá, como forças a educar esse povo xucro que ousa falar em Justiça."
- Quanto à Cartilha, querer acreditar que ela não há é inocência tua. A diferença é que o Min. Fux deve ter sido ardiloso o suficiente para prometer que seria sujo sem que o fosse e a Ministra Carmen Lúcia, depois de 07 anos de Tribunal, não precisa provar nada a ninguém.
- No mais, assim como você lê a Carta Capital julgando ter senso crítico o suficiente pra interpretar a mensagem recebida, muitos que leem Veja, Época, ou qualquer outro veículo da editora Abril ou das Organizações Globo, também tem. Não são néscios e nem neófitos.
Enfim, fica o debate...