sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A LAMENTÁVEL CONDUTA DE JOAQUIM

           Ninguém contesta a incrível escalada de vida do ministro Joaquim Barbosa. Nascido em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, começou a vida como faxineiro, estudou Direito na Universidade de Brasília, ingressou no Ministério Público, onde fez carreira, até chegar a ministro da mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal, primeiro negro a ocupar o posto, do qual é presidente atualmente. Admirável, realmente, mas o júbilo se encerra por aqui.
                O que não se pode admirar, nem no mínimo se apoiar, é a conduta do senhor Joaquim Barbosa desde o julgamento do chamado ‘mensalão’, quando figurou como relator do processo, agravada após se tornar presidente da casa. Joaquim é arrogante, autoritário e desrespeitoso com colegas de toga, advogados e até com a mídia que chegou a alçá-lo como pretenso presidenciável.
                Ontem o ministro protagonizou mais uma sessão de grave desrespeito a um colega, durante o julgamento dos recursos dos réus do ‘mensalão,’ apreciados na ocasião pelo STF. Quase aos berros, acusou o ministro Ricardo Lewandowsky de patrocinar expediente jurídico malicioso e indesejável, conhecido no meio como ‘chicana’, mesmo estando seu posicionamento calcado em argumentos e fundamentos.
                O plácido e fleumático Lewandowsky pediu, compreensivelmente ofendido, que o presidente da casa se retratasse da ofensa, que, no entanto, em vez de acatar, aumentou o tom e vociferou em direção ao colega aduzindo que aquele estava mudando de opinião, buscando beneficiar réus. Ao cabo, visivelmente transtornado e sem argumentos, encerrou autoritariamente a sessão.
                Lamente-se, por necessário, a conduta da mídia que chegou (vide o comentário dos duvidosos Merval Pereira e Renata Lo Prete da Globo(news)), “justificando” o arroubo do senhor Barbosa por ter, tal como um super herói com poderes incríveis, enxergado na conduta do colega, uma manobra para beneficiar “peixes maiores” também réus do julgamento. A fantasia sempre convém para esconder a realidade.
                Joaquim Barbosa parece nutrir um ódio atávico por políticos – ou por alguns deles – talvez por culpá-los pelas dificuldades que enfrentou na vida. Até aí pode-se até conceber. O que não se pode admitir é que ele se valha da atual toga para, como ministro do STF, tentar vingar seus pares.

              Insuflado pela imprensa por sua conduta “destemida” durante o julgamento do ‘mensalão’, Joaquim está passando dos limites, tanto como julgador, imparcial por natureza e exigência legal, quanto como chefe de um dos poderes da república. Sua evidente atração pelos holofotes não se mostra salutar, sobretudo pela pouca diplomacia, pra não dizer a pouca educação, com que muitas vezes se manifesta. Talvez fosse melhor Joaquim só falar por meio dos autos do processo e esquecer a idéia de salvador da pátria.

4 comentários:

  1. Verdade esse não é o meio adequado para se chegar a punição da quadrilha,carece de mais tato o Joaquim, mas que o tal Levaalgumacoisa faz parte dos petralhas (Via Ruy Carneiro), não há dúvidas. Talvez seja esse o motivo do descontrole de Vossa Excelência.

    ResponderExcluir
  2. Os dois se exaltaram.Mas porque o ministro Lewandowsky,no julgamento do mensalão votou a favor da punição mais severa,e agora,no recurso,optou pela mais branda??Acho que quem merece respeito de verdade e o povo brasileiro.

    ResponderExcluir