Ninguém contesta a incrível
escalada de vida do ministro Joaquim Barbosa. Nascido em uma pequena cidade do
interior de Minas Gerais, começou a vida como faxineiro, estudou Direito na
Universidade de Brasília, ingressou no Ministério Público, onde fez carreira,
até chegar a ministro da mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal,
primeiro negro a ocupar o posto, do qual é presidente atualmente. Admirável,
realmente, mas o júbilo se encerra por aqui.
O
que não se pode admirar, nem no mínimo se apoiar, é a conduta do senhor Joaquim
Barbosa desde o julgamento do chamado ‘mensalão’, quando figurou como relator
do processo, agravada após se tornar presidente da casa. Joaquim é arrogante,
autoritário e desrespeitoso com colegas de toga, advogados e até com a mídia
que chegou a alçá-lo como pretenso presidenciável.
Ontem
o ministro protagonizou mais uma sessão de grave desrespeito a um colega,
durante o julgamento dos recursos dos réus do ‘mensalão,’ apreciados na ocasião
pelo STF. Quase aos berros, acusou o ministro Ricardo Lewandowsky de patrocinar
expediente jurídico malicioso e indesejável, conhecido no meio como ‘chicana’, mesmo estando seu posicionamento calcado em argumentos e fundamentos.
O
plácido e fleumático Lewandowsky pediu, compreensivelmente ofendido, que o
presidente da casa se retratasse da ofensa, que, no entanto, em vez de acatar,
aumentou o tom e vociferou em direção ao colega aduzindo que aquele estava
mudando de opinião, buscando beneficiar réus. Ao cabo, visivelmente
transtornado e sem argumentos, encerrou autoritariamente a sessão.
Lamente-se,
por necessário, a conduta da mídia que chegou (vide o comentário dos duvidosos
Merval Pereira e Renata Lo Prete da Globo(news)), “justificando” o arroubo do
senhor Barbosa por ter, tal como um super herói com poderes incríveis,
enxergado na conduta do colega, uma manobra para beneficiar “peixes maiores”
também réus do julgamento. A fantasia sempre convém para esconder a realidade.
Joaquim
Barbosa parece nutrir um ódio atávico por políticos – ou por alguns deles –
talvez por culpá-los pelas dificuldades que enfrentou na vida. Até aí pode-se
até conceber. O que não se pode admitir é que ele se valha da atual toga para,
como ministro do STF, tentar vingar seus pares.
Insuflado
pela imprensa por sua conduta “destemida” durante o julgamento do ‘mensalão’,
Joaquim está passando dos limites, tanto como julgador, imparcial por natureza
e exigência legal, quanto como chefe de um dos poderes da república. Sua
evidente atração pelos holofotes não se mostra salutar, sobretudo pela pouca
diplomacia, pra não dizer a pouca educação, com que muitas vezes se manifesta.
Talvez fosse melhor Joaquim só falar por meio dos autos do processo e esquecer
a idéia de salvador da pátria.
Verdade esse não é o meio adequado para se chegar a punição da quadrilha,carece de mais tato o Joaquim, mas que o tal Levaalgumacoisa faz parte dos petralhas (Via Ruy Carneiro), não há dúvidas. Talvez seja esse o motivo do descontrole de Vossa Excelência.
ResponderExcluirPerfeito!
ResponderExcluirOs dois se exaltaram.Mas porque o ministro Lewandowsky,no julgamento do mensalão votou a favor da punição mais severa,e agora,no recurso,optou pela mais branda??Acho que quem merece respeito de verdade e o povo brasileiro.
ResponderExcluirMuito bom, muito bom!
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