sexta-feira, 25 de julho de 2014

O LEGADO DO COPA

                 O Hotel Copacabana Palace, inaugurado no Rio de Janeiro, na praia que lhe dá nome, na década de 1920 é o hotel mais famoso da América Latina e um dos mais famosos do mundo. Já recebeu em seus cômodos ícones mundiais como Mick Jagger, Walt Disney, Santos Dumont, José Saramago, Princesa Diana e inúmeros outros. Já foi cenário de filme, de show e de incontáveis encontros. Foi erguido pela tradicional família Guinle e recentemente vendido a uma rede internacional de hotéis.
                O local representa uma das (mais belas) imagens do Rio de Janeiro e do Brasil no exterior. Sinônimo de glamour e sofisticação, inspirado nos melhores hotéis do planeta, o Copa, como é conhecido, sempre se destacou tanto na paisagem quanto na alma do bairro, da cidade e do país, sempre impressionando por sua grandeza, arquitetura e estilo próprios, acalentando sonhos e angariando admiradores.
                O signatário sempre foi um desses e sempre conservou uma imensa vontade de usufruir de seu espaço mesmo que por um curto tempo. Com efeito, decidiu na semana passada, já que estaria no Rio de Janeiro, cometer a extravagância de passar ao menos uma noite no Copacabana Palace, muito bem acompanhado, anote-se. E não houve qualquer decepção, muito ao contrário. Vale mesmo o quanto pesa, ou melhor, nesse caso, o quanto cobra.
                Desde a chegada à belíssima entrada, passando pelo suntuoso hall até se alcançar a recepção onde o tratamento incomum já mostra a qualidade superior do lugar e a distnção que dá a seus hóspedes. São dois prédios em estilo clássico (principal e anexo) e uma esplêndida piscina aquecida cercada por três restaurantes com diferentes especialidades. Há ainda um spa completo. Na praia em frente é oferecido serviço de guarda-sol, espreguiçadeiras e segurança.
                Os quartos são impressionantes e até difíceis de descrever, aliando extremo luxo e conforto a uma incrível beleza e a uma gratificante funcionalidade, desde os mais simples (se é possível se chamar assim) até os mais luxuosos, como a suíte presidencial com mais de 100 m2 e uma vista deslumbrante. Lamentavelmente, devido ao horário do voo para Cacoal, não foi possível degustar o café da manhã.
                Há coisas que se deve fazer ao menos uma vez na vida. Hospedar-se no Copacabana Palace é uma delas. As lembranças são um verdadeiro legado para se guardar para sempre.

CUSPIDA NA CARA: Não satisfeita com a humilhante derrota por 7x1 para a Alemanha, a indefinível cúpula da CBF reconduziu o nervosinho e incompetente Dunga ao cargo de técnico da seleção brasileira. É cuspir na cara e na inteligência do povo, mostrar que não estão nem aí e que o que vale é o interesse da ‘paneinha’.
                 Até as pedras da calçada do prédio da entidade já haviam percebido que era a hora de se experimentar um treinador estrangeiro e que era óbvia a necessidade de reformulação geral do futebol nacional.  Mas trazer de volta alguém que já provou sua incapacidade, mostra por onde e para onde vai o esporte do qual um dia já fomos o país. Mostra também que não aprenderam nada com a acachapante goleada.

VITÓRIA EM CRISTO: Foi revogada, felizmente, a desprezível e injustificável proibição da Arquidiocese do Rio de Janeiro em autorizar a exibição da imagem do Cristo Redentor do Corcovado em um filme. Além da censura pura e descabida, traz à discussão o fato da estátua do Cristo “pertencer” à igreja católica local.
                O monumento foi eleito como uma das maravilhas do mundo moderno e é um símbolo não só da cidade do Rio de Janeiro, mas também do Brasil. E limitar a divulgação da imagem da estátua ao que a Cúria entenda “apropriado” é retirar dos verdadeiros donos, o povo brasileiro, a possibilidade de se deleitar com sua exposição.
                É bom que também se ressalte que o Cristo do Corcovado possui uma imagem própria, a “abraçar” os cariocas e os turistas que visitam a cidade. Não tem aquela imagem usada e explorada pela igreja (que pode ficar pra ela) de um ser humano açoitado, em frangalhos, pendurado em uma cruz, que, particularmente, não me agrada em nada. O Cristo do Rio é a cara da cidade, acolhedor, suave, simpático e não pode ficar nas mãos de meia dúzia de religiosos.


HOMO SAPIENS: “mesmo sendo de esquerda, dá pra apreciar a arte de viver da direita”. Jean-Paul Sartre, filósofo francês, após se hospedar no Copacabana Palace.

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