sexta-feira, 14 de junho de 2013

Diálogos (im)possíveis

Se fosse há dois mil anos...

- Governador, governador!
- Que foi? Que algazarra é essa lá fora?
- Apareceu um carpinteiro aí, juntou uns doze amigos e tá fazendo a maior revolução.
- É mesmo? Mas como?
- Disse que quem segui-lo vai alcançar a salvação, que ele é o caminho...
- Mas isso é assistencialismo! Esse povo tem é que trabalhar. Estamos aqui nos matando pra desenvolver a terra deles. E o que dizem? Tem muita gente?
- O povo tá seguindo, são uns alienados. Dizem que ele defende uma causa, igualdade, justiça, que tem idéias, princípios... estão chamando até de Messias.
- Isso é politicagem barata pra atingir as classes baixas. Ele é violento?
- Bastante. Acabou de expulsar na força trabalhadores dignos de um templo.
- Vamos reagir com força máxima. É óbvio que tem gente por trás disso. Tá na cara que é um plano para desestabilizar Roma. Ele é filho de quem?
- Disse que é filho de Deus...
- O que??? Manda prender agora! Esse tipo de gente é muito perigoso. Vou até criar um slogan pra posteridade: revolucionário bom é revolucionário morto. Se a gente deixa, daqui a pouco vai aparecer até metalúrgico querendo ser presidente por aí. Deus me livre...


Humanidade, combatendo manifestações com inteligência há dois mil anos.

Argumento e colaboração: Rogério Dias
Texto: Bernardo Schmidt Penna

Nenhum comentário:

Postar um comentário