sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O FATOR ELEITORAL ADRIANO

                O jogador (ou ex-jogador) Adriano, depois de mais uma de suas famosas noitadas e de sua já notória dificuldade disciplinar e de recuperação, teve novamente seu contrato rescindido com um clube que defendia, dessa vez o Flamengo, time que afirma estar no seu coração.
                A luta de Adriano contra problemas psicológicos já é antiga e conhecida. Alguns clubes, com atitudes muitas vezes paternalistas, insistem em apostar na recuperação do jogador que, em forma e em campo é um craque indiscutível. O último foi o Flamengo. Na pessoa de sua presidenta Patrícia Amorim, acolheu o jogador de maneira aparentemente carinhosa e para alguns até comovente. Para a maioria uma aposta de risco.
                O que não se escancarou e, por isso, passou ao largo do conhecimento de muitos, foi o fator eleitoral ligado a Adriano, muito mais importante para a presidenta do clube do que a efetiva recuperação do atacante.
                Patrícia Amorim é vereadora no Rio de Janeiro e tentava a reeleição no último pleito. Adriano é o líder carismático da favela Vila Cruzeiro, comunidade com milhares de habitantes e, consequentemente, de eleitores. Potenciais eleitores de Patrícia, influenciados por ele. Assim, fica fácil concluir que Adriano recebeu todo o carinho da presidenta do Flamengo não por sua identificação com o clube. Teve diversas faltas graves perdoadas não em nome um projeto de recuperação. Recebeu carinho não pelos gols que um dia poderia fazer pelo Flamengo. Adriano era apenas um ótimo cabo eleitoral.
                Ocorre que, na eleição de 07 de outubro passado, Patrícia Amorim não se reelegeu, naufragando seu projeto de mais um mandato na câmara de vereadores com vistas mais expressivas, como à prefeitura do Rio de Janeiro, provavelmente em 2016. Com isso, Adriano falhou na sua principal função.
                Coincidentemente, na sua primeira falta pós-eleição, Adriano foi duramente repreendido e teve seu contrato rompido, sem direito a receber os salários no período em que “treinou” no Flamengo. Pode ser que tudo não passe de conspiração, mas que a coincidência é grande demais para se crer, isso é.

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