Outro dia minha mãe me perguntou o que eu achava da renúncia do Papa. Minha resposta foi imediata: Quem é o Papa? À primeira vista pode parecer uma resposta imbecil já que no país com o maior número de católicos do mundo, como eles adoram alardear, mas esquecem de se preocupar, todos sabem quem é o Papa.
O que eu quis dizer, no entanto, é que pra mim o supremo sacerdote da igreja católica não tem qualquer significado ou importância, muito ao contrário Ou é uma figura política mundial, como até o Hugo Chavez é ou é o líder máximo de uma religião assim como o Edir Macedo.
Por mais “progressista” que seja o sumo pontífice, nunca deixará de ser conservador ou mesmo reacionário, qualidades que eu repilo. Este último então, senhor Joseph Ratzinger, chegou a fazer parte da chamada ‘Juventude Hitlerista’ movimento que atraía jovens simpatizantes do nazismo. Difícil justificar. Todos, repito: todos se furtam em discutir temas já consolidados em nossa sociedade como o uso da camisinha ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, por exemplo, sem qualquer explicação ou se valendo de dogmas ultrapassados ou argumentos de autoridade. E ainda são coniventes com condutas ilícitas de suas fileiras.
Minha birra com a igreja católica vem de longe, ou volta longe, pois sempre me faz recordar da inquisição, período negro da história da civilização, que atrasou o progresso científico de maneira incalculável, em nome sabe-se lá de quê. Lembro ainda que fui expulso já na primeira aula de catecismo. Para o meu bem. Ah, fui a Roma e não vi o Papa, obviamente.
Agora nos vemos diante de mais um daqueles escândalos envolvendo padres e menores, desses que a igreja adora encobrir, o que também é absolutamente lamentável. Um padre carioca mantinha um relacionamento com uma menor, de quinze anos. O escândalo é corriqueiro, infelizmente, o que causa espécie é se tratar de uma mulher dessa vez. Mas o advogado do padre justificou a atitude: “a carne é fraca”... A igreja certamente também achará uma justificativa. Já que a carne dos padres é fraca, melhor não cortá-las, pois seria a da própria igreja.
Ora, mais uma vez parecem estar querendo botar a culpa na vítima e expiar o pecador. Aquele que deveria servir de exemplo, pelo menos para os seus fiéis, tem a carne mais fraca que a deles. Pena que os olhos da igreja católica e da imprensa estejam voltados para a renúncia do atual Papa e para a especulação de seu sucessor. Vamos aguardar a fumaça branca com os resultados... mas certamente tudo isso se repetirá.
Pois é Bernardo, quem é o papa? Para mim, trata-se de um representante de um segmento da sociedade: os hipócritas; pessoas cujas crenças/valores precisam divulgar, acusar no outro, mas não necessariamente praticar para si mesmas. Destaco o trecho em que vc escreve e que retrata bem o quanto tal figura religiosa (não sei se ele é um "líder" ou um ventríloquo) é representante do atraso da civilização: "todos se furtam em discutir temas já consolidados em nossa sociedade como o uso da camisinha ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, por exemplo, sem qualquer explicação ou se valendo de dogmas ultrapassados ou argumentos de autoridade.
ResponderExcluirPois bem, para mim é objeto de repulsa qualquer segmento/representante da sociedade que se recusa a "apenas" discutir e aceitar de forma ponderada e racional temas que já estão consolidados na sociedade (uso da camisinha, união entre pessoas do mesmo sexo, o fim do "celibato", união poliafetiva, tratamento igualitário às mulheres etc).
Felizmente, outros segmentos da sociedade conseguem avançar sem ter como princípios as ideias de tais reacinários.
Muito bom, como sempre. Abraço.
ResponderExcluirO papa sintetiza um "status quo" doentio da igreja; a necessidade de didatizar e entronar o poder emanado da doença chamado "dogma"; acontece que a doença fugiu ao controle, e desde a revolução Francesa vem capengando; assim como qualquer movimento de extrema religiosidade, a ignorância e a intolerância predomina; espero o dia que o ceticismo traga luz à fé cega;
ResponderExcluirNobre colega, poderia esclarecer o que pensas sobre Habermas e seu envolvimento na Juventude Hitlerista?
ResponderExcluirPrezado Leandro, me desculpe. Conheço muito pouco de Habermas, tanto da teoria quanto da vida pessoal. Mas condeno e lamento o referido envolvimento, de todo modo. Abraço.
ResponderExcluirApenas faço uma observação por dever de cooperação à verdade e à lealdade. Tanto Habermas quanto Ratzinger fizeram parte da juventude hitlerista. Ocorre que havia um alistamento obrigatório. É o método típico dos regimes esquerdistas, a cooptação desde a infância para a inserção no pensamento revolucionário. Ambos fizeram parte, mas nunca pegaram em armas e o alistamento foi obrigatório na década de 40, justamente período em que Ratzinger e Habermas estavam na juventude. De se ressaltar que o pai de Ratzinger foi um ferrenho crítico do regime nazista, a ponto de ter que mudar de cidade. Então, é complicado, não podemos reduzir todo e qualquer participante da juventude hitlerista, sobretudo da década de 40, como sendo nazistas. Em assim sendo, o nobre filósofo Habermas, justamente o defensor do diálogo e da teoria do discurso, seria rotulado de nazista, junto de Ratzinger.
ResponderExcluirFonte: http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/nazistas_a_contragosto_2.html