quarta-feira, 5 de setembro de 2012

JURIDICAMENTE CORRETO

                A terminologia ‘politicamente correto’ surgiu nos meios lingüísticos com o objetivo de evitar ou excluir da linguagem termos preconceituosos. Nasceu nos Estados Unidos e se difundiu pelo mundo e para outras áreas além das letras, para chateação de todos. Hoje somos seus reféns. Tudo tem de se curvar ao politicamente correto. Nossa fala, nossos hábitos, nossas condutas, nossa cultura, nossas piadas... Qualquer coisa que fuja desse modelo é mal vista, questionada, condenada.
                Com efeito, os humoristas têm sofrido, aparentemente, mais do que todos. A piada em que se incluem tipos como negros, gays, deficientes etc passou a ser execrada. Mesmo que tenha graça. O riso é dissimulado, não ‘pega bem’ rir dessas coisas. Aquele humor chamado de ‘humor negro’ está proibido, indiretamente. E pior, está sendo perseguido até pelo ministério público, fiscal da lei. O humorista está a um passo da bandidagem neste novo e lamentável cenário.
                Há pouco tempo o Rafinha Bastos foi investigado pelo ministério público por conta de uma piada associando mulheres feias e estupro. Agora é a vez de Rodrigo Santana cair na esparrela. Sua nova personagem no humorístico Zorra Total está sendo acusada de carregar um cunho racista. Outros também já experimentaram esse tipo de “intervenção”. É a ditadura do politicamente correto aliada a uma ‘sensibilidade’ extrema de nossa sociedade. Quando convém, é claro. Fico preocupado de que se queira mudar até o nome do atacante do Flamengo Negueba para algo como ‘afrodescendenteba’, por exemplo. Parece exagero. E é. Mas é isso que estão querendo com esse patrulhamento exagerado..
                Mas o que também assusta agora, sobretudo a partir dessas intervenções e investigações criminais que estão na moda, mais do que se adequar ao politicamente correto, é ter que se preocupar com o juridicamente correto. O risco de se falar ou fazer alguma coisa que antes era apenas uma ‘incorreção política’, está ganhando ares de delito. Processos judiciais são boa fonte de dinheiro e tem muita gente de olho. O que já era chato, agora é perigoso. E tome censura disfarçada. E vamos nos tornando cordeirinhos do pensamento único. Temos sempre de nos enquadrar. Agora sob pena de responder criminalmente ou de pagar vultosas indenizações. A justificativa é que esse tipo de manifestação é preconceituosa e/ou ofende aqueles que são retratados. Esquecem que é piada e que o que mede o humor é ter graça ou não. Ponto.
                A liberdade de expressão e pensamento é garantida pela Constituição da República. É valor em uma sociedade supostamente livre. Não é se limitando ou inibindo as manifestações bem humoradas, sejam elas politicamente corretas ou incorretas, engraçadas ou sem graça, que se chega a uma sociedade despida de preconceitos. A rigor, não sei nem se isso é possível. Mas como na maioria das vezes, estão fazendo do jeito errado.

8 comentários:

  1. Caro amigo, trata-se de um tema sempre discutido entre nós. A ditadura do politicamente correto ao governar nossas ações torna o mundo muito chato, porém, qual o limite entre uma piada e o pretexto para a ofensa implícita? Será possível fazer piadas sem tornar caricatos certos segmentos da sociedade?

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  2. Como se a censura as piadas não fossem sulficientes, agora estão querendo senssurar também os livros infantis de Monteiro Lobato. Por considerarem uma leitura recista, estão cogitando a proibição dos livros nas escolas públicas.
    Acho que existe um certo exagero nesses politicamente corretos.

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    1. O site deveria censurar comentários como estes, com erros ortográficos absurdos. Ja é "suLficiente" o tanto de gente analfabeta, não queremos mais um futuro advogado no pais assim né?

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    2. Deculpe pelo meu erro ortográfico, a proxima vez irei revisar o texto antes de publicá-lo.
      O erro foi muito bem observado, obrigada pela crítica, de certa forma até construtiva, deixo claro a Você que o significado de analfabeto, segundo o dicionário Aurélio é: s. m.1. Aquele que ignora o alfabeto. 1. Que não sabe ler nem escrever.
      2. Que é muito ignorante.
      Como pode ver o meu pequeno erro não se encaixa nesta definição, assim espero que pondere ao escrever palavras, não sabendo o sentido literal da mesma.
      Mais uma vez obrigada

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    3. Onde lê-se sulficiente, leia-se suficiente
      Onde lê-se erro ortográfico, leia-se erro de grafia

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    4. De nada, é sempre bom ver que ajudamos uma pessoa menos capacitada. Me perdoe se me equivoquei, mas você se encaixa na definição n° 1 de analfabeto (de acordo com o Dicionário Aurélio) já que ignora o alfabeto, as palavras corretas e a concordância.
      Seu "pequeno" erro, como você classifica, não foi pequeno. É o que se questiona tanto na educação brasileira hoje em dia. Pessoas que se formam no ensino médio e ingressam em um ensino superior sem ter o conhecimento básico principalmente da língua portuguesa, que convenhamos é a base para qualquer curso. Escrever SENSSURA ou SULFICIENTE é um assassinato a Língua Portuguesa.
      Me desculpe se fiz com que se sentisse ofendida. Meu intuito foi alertá-la, porque erros como estes devem ser evitados e rapidamente corrigidos.

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  3. Imagina, não me senti ofendida, pelo contrário é sempre bom aprender com pessoas "capacitadas", afinal estamos aqui para isso, aprender, acredito ainda que ignorar algumas palavras do alfabeto não seria o suficiente para caracterizar um analfabeto, já que a definição traz ignorar o alfabeto e não, ignorar algumas palavras (ou seja você se equivocou e está perdoado(a)), pois são erros que podem ocorrer quando se digita sem prestar atenção, isso não significa dizer que a pessoa não sabe ou que ela é analfabeta, signifaca apenas que deve prestar maior atenção ao escrever, o que irei fazer a apartir de agora, ficarei atenta para não errar mais.

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  4. Luana, erros acontecem e devem sim ser observados e corrigidos, mas não se identificar também é grave, pois, nossa Constituição veda o anonimato. Senhor ANÔNIMO, apareça para que possamos compartilhar de sua sabedoria.

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