segunda-feira, 20 de agosto de 2012

SIMBIOSE

                Segundo o dicionário on line de português, simbiose significa “associação de dois ou mais seres de espécies diferentes, que lhes permite viver com vantagens recíprocas e os caracteriza como um só organismo.” O termo também é utilizado em outras áreas e, fazendo uma analogia, podemos imaginá-lo até em atividades econômicas.
                Sempre que se instala uma empresa em uma cidade anunciam-se o número de empregos gerados de maneira direta e indireta. Os diretos, por óbvio, são os oferecidos pela própria empresa. E os indiretos são aqueles que o desenvolvimento da nova atividade traz a reboque. Assim, por exemplo, ocorre quando se inaugura uma fábrica de automóveis. Junto com ela provavelmente virão fábricas de peças, pneus etc, também geradores de empregos, os tais indiretos. A relação é simbiótica.
                Na economia informal também pode acontecer, como veremos, de maneira bem inusitada. Economia informal essa, aliás, muito ampla em nosso país, mas que não entra nos termômetros que medem as economias mundiais. Caso entrassem, alguns economistas, como Ricardo Amorim, garantem que o Brasil já seria a quarta maior economia do mundo.
                Cacoal, como se sabe, é uma cidade projetada e que, por anos teve um fluxo de trânsito bom e relativamente organizado, dispensando a utilização de semáforos. Agora isso acabou. Foram instalados quatro sinais de trânsito em nosso município, imaginando-se que com isso os problemas estariam resolvidos e que seria um sinal de progresso, sem trocadilhos. Não é isso, no entanto, que se pretende discutir agora.
                O que chamou a atenção foi que, a exemplo do que ocorre nas cidades de grande porte, logo que instalaram os sinais, quase que de maneira imediata, surgiram do nada os famosos malabaristas de fogo, aqueles que ficam jogando pro alto e girando bastões com pontas flamejantes e que, ao final, cobram uma espécie de couvert artístico dos motoristas parados esperando o sinal abrir.
                Seria um exemplo de simbiose econômica na economia informal? É possível que a instalação de sinais de trânsito tenha se tornado uma atividade econômica gerando empregos indiretos de malabaristas? Fiquei me perguntando como eles descobrem que novos semáforos foram instalados. Será que acompanham os processos de licitação? “Abriram quatro vagas de emprego em Cacoal.” A “contratação” deve ser na base do ‘quem chegar primeiro’, à maneira dos flanelinhas. Não dá pra saber ao certo, mas que impressiona a velocidade com que essas “vagas” são ocupadas, isso impressiona.

2 comentários:

  1. Além disso, estimasse que o lucro desses malabaristas de trânsito são muito bons. Vamos a um leve exemplo:

    Se o semáfaro de trânsito fica vermelho por 60 segundos e verde por volta de 2 minutos, se nesse tempo eles conseguem, no mínimo, R$ 0,50 por apresentação, em uma hora vão ter conseguido se apresentar em 20 sinais vermelhos, que somam R$ 10,00 por hora.

    Se trabalharem 6 horas diárias (que ninguém é de ferro trabalhar 8 horas né) no final do dia terão conseguido arrecadar R$ 60,00, que na semana (6 dias de trabalho) serão R$ 360,00 e por fim, no mês R$ 1.440,00.

    Ou seja, no sinal de trânsito fica parado quem quer!

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  2. Victoria Pellegrino Gottardi23 de agosto de 2012 às 14:30

    É realmente incrível como esses malabaristas descobrem que há semáforos nas cidades. Qualquer coisa é sinônimo de novidade, e nós, sempre damos o famoso jeitinho brasileiro pra tudo, até pra "arranjar emprego".

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